Revista O Empresário / Número 173 · Dezembro de 2012
Em momentos de crise, o jovem brasileiro é quem está mais preparado para pesquisar preços e condições de compra. “Isso faz com que ele se torne mais criterioso e compre melhor”, diz Renato Meirelles, sócio-diretor da Data Popular.
“O jovem é mais conectado do que o resto da população, o que leva a um consumo mais inteligente”, diz Odmar Almeida Filho, CEO da Ipsos no Brasil. Com maior acesso à informática, a chamada geração Y tem mais voz dentro de casa e assumiu um papel de protagonista no consumo da família.
“Ele [o jovem] ensina os pais a lidarem com a tecnologia e a comprarem, além de participar e até liderar as principais decisões da casa”, diz Renata Serafim, diretora de planejamento da agência Talento.
Hoje, os pais não compram um eletrodoméstico ou um celular sem consultar os filhos, completa Meirelles. A massa de renda dos 53,6 milhões de brasileiros entre 18 e 34 anos deve somar R$498 bilhões no Brasil, em 2012, de acordo com dados atualizados pelo Data Popular a partir do Censo/Pnda. Dessa população, 59,3% têm cartão de crédito. Mesmo sendo a parcela que tem menos emprego na população, o jovem da geração Y estudou mais do que os pais e contribuiu mais para a renda familiar.
O nível de escolaridade aumentou, principalmente entre as classes mais baixas. “O jovem da classe C é a 1ª geração de internautas e de escolarizados da família”, diz Meirelles. Para Renata, o jovem de hoje é mais pé no chão. “Ele não tem aquele sonho utópico. São coisas que ele sabe que pode alcançar”.
Num mundo em que as distâncias foram encurtadas, não adianta as empresas quererem se impor. A relação das marcas com os jovens hoje, precisa ser mais democrática, permitindo mais diálogo e participação, de acordo com Renata. “Não existe espaço para um tom professoral”.