Revista O Empresário / Número 124 · Outubro de 2008
O senhor fala que é necessário fazer a opção entre carreira ou qualidade de vida. Como se chega ao equilibrio?
Max Gehringer - Não se chega. Você pode ter os dois, mas não ao mesmo tempo. Você rala durante algum tempo, junta o que tem de juntar e aí vai ter qualidade de vida. Ou monta sua empresa e vai ter qualidade de vida. Não adianta entrar num escritório com 23,24 anos e achar que vai ter qualidade de vida. Você pensa primeiro como vai sobreviver ali dentro, tem uma enorme fila lá fora querendo seu emprego.
Todos, independentemente da idade, podem almejar o sucesso?
Roberto Shinyashiki - Hoje a expectativa de vida da classe média no Brasil está em torno de 80 anos. Isto quer dizer que é uma péssima notícia para quem não aprender a viver, a trabalhar, e evoluir. O profissional que não fizer isso e se sentir velho aos 40 anos vai morrer com 80 anos se arrastando, frustrado, fazendo um trabalho aqui, outro lá.
Conhecer o negócio e saber administrá-lo constituem o segredo do sucesso?
Eugênio Mussak - Não apenas isso. Nada se faz sem trabalho duro, sacrifício e disposição para correr alguns riscos. Há empreendedores cujo negócio de sucesso aconteceu depois de meia dúzia de fracassos. Portanto, ser resiliente e ter capacidade de se recuperar de possíveis insucessos também é necessário. Coisas como perseverança, disciplina, pensamento positivo, são decisivas em alguns momentos na vida de um empreendedor.
Que dicas o senhor dá para o pequeno empreendedor alcançar bons resultados?
Robert Trajan - Que tenha bons propósitos com os seus negócios. Buscar apenas o sustento fará o negócio passar uma vida na luta pela sobrevivência. Buscar pretígio e status poderá levá-lo a uma capa de revista e torná-lo famoso, mas isso ainda é pouco. Contribuir com algo ou alguém fará com que seu negócio seja a sua melhor “pegada” . É quando a empresa se transforma em causa. Saiba que sua contribuição é mais importante do que sua ambição. O empresário tem de lidar com seu medo e seu ego, mas a mudança vem do líder, e ele determina o que virá pela frente em sua empresa. Se o líder tiver ética e apostar no valor humano, ele mesmo construirá um novo ser humano e, no final, ele e sua equipe serão pessoas melhores.