Revista O Empresário / Número 102 · Novembro de 2006
A risada é considerada uma expressão explícita do bom humor. Não se pode dizer o mesmo do sorriso. O psicólogo americano Dacher Keltner, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, analisou numa pesquisa milhares de faces sorridentes e concluiu que existem dois tipos de sorriso. Nem sempre é fácil identificá-los. Um deles revela que a pessoa está realmente achando graça em algo ou demonstrando felicidade. O outro mostra que ela apenas se esforça para parecer simpática. Enquanto a risada é involuntária, alguns músculos necessários para sorrir podem ser controlados. Um deles é o zigomático maior, que puxa os cantos do lábio para cima. Ao contraí-los, forma-se o que Keltner chama de "sorriso de aeromoça", em alusão à expressão automática dos comissários de bordo. É um sorriso que expressa mais delicadeza do que alegria. "É esse sorriso que o funcionário esboça quando o chefe conta a piada que ele já ouviu centenas de vezes ou que uma pessoa utiliza quando cumprimenta outra e ambas movem os lábios num movimento quase simultâneo", diz Keltner. Os músculos responsáveis pelo sorriso verdadeiro não podem ser controlados por 95% das pessoas. Um deles é o orbicular ocular, que fica ao redor dos olhos. Quando esse músculo se contrai, formam-se pequenas rugas do tipo pé-de-galinha, o olhar ganha um leve brilho, as bochechas se elevam e pequenas bolsas se formam embaixo dos olhos. Essas são as características do sorriso espontâneo – aquele que os bebês, nos primeiros meses de vida, dirigem apenas à mãe. (exclusivo on line)