Embora apareçam mais usualmente entre os jovens, vícios de linguagem e erros gramaticais não são exclusividade deles. Chefes também erram - e muito.
No preenchimento de relatórios, por exemplo, é comum encontrar muitas falhas de linguagem.
Segundo a professora de português Carla Zindel, que ministra aulas para profissionais de todas as áreas, é na hora de redigir textos - de um formulário técnico a um simples e-mail - que os empresários “ percebem que o português está fazendo falta”.
Um lapso à primeira vista inofensivo - como escrever “haja vistos nossos esforços” em vez da forma correta “haja vista nossos esforços”- pode até prejudicar a imagem do profissional , se o leitor perceber a falha cometida.
“A pressão para não cometer erros é muito grande sobre quem ocupa um cargo de gerência ou de diretoria. A maneira como a pessoa se expressa demonstra o seu nível cultural”, afirma Zindel.
DIPLOMADOS
Diplomas acadêmicos também não são necessariamente sinônimo de grandes conhecimentos. A professora Laurinda Grion, que se especializou em cursos de português para secretárias e executivos, calcula que 90% dos seus alunos têm curso superior, às vezes até MBA (especialização em administração), e isso não evita problemas de comunicação e de raciocínio lógico.
“Não dá para ensinar alguém a escrever perfeitamente em um curso em dez horas, mas mostramos como evitar os erros e os clichês mais comuns”, afirma.
Para quem acha que um curso de português é vacina contra todas as dificuldades do idioma, Grion lembra que “errar é inevitável”. “A preocupação que devemos ter é a de errar menos”.