Revista O Empresário / Número 175 · Fevereiro de 2013
Você já deve ter passado por isso: foi procurar algo para comer na geladeira e encontrou um alimento há tempos esquecido. Nessas horas, é comum se perguntar: será que isso ainda está bom? Para descobrir por quanto tempo alguns produtos resistem na geladeira, confira orientações do professor Ernani Porto, do curso de ciências dos alimentos da Esalq, e do biólogo Rafael Chaves, especialista em microbiologia de alimentos, da Unicamp.
Para conservar os produtos, a geladeira deve estar a, no máximo, 7° C. Além disso, é preciso distribuir os alimentos dentro dela em locais específicos.
Produtos mais perecíveis – queijos, laticínios e carnes cruas – devem ficar na prateleira superior, região mais fria. Logo abaixo, as comidas prontas e, na parte inferior, frutas, legumes e verduras. Nas prateleiras da porta, coloque ketchup e sucos de caixa. Ovos devem ficar longe da porta. Ali, estragam mais facilmente.
Queijos
Tempo na geladeira: de 5 dias a 1 mês. Os tipos secos, como provolone e parmesão, têm tempo de conservação maior que os queijos moles, como a ricota e o queijo de minas – estes duram, no máximo, 5 dias. Atenção ao aspecto: se a cor foi alterada e se há pontos esverdeados na superfície, melhor dispensá-lo. E o gorgonzola? Há quem diga que quanto mais verde e fedido, melhor. Nesse caso, vale o bom senso na hora de avaliar o estado do produto.
Vinhos
Tempo de geladeira: 1 dia ou 1 mês. Uma vez aberto, a maioria dos vinhos tem prazo de validade curto devido à oxidação – o oxigênio que entra na garrafa reage com a bebida, alterando seu aroma e sabor. Por isso, o ideal é consumir a garrafa em um dia. Quem não quiser desperdiçar pode prolongar um pouco utilizando-o como tempero – mas lembre-se de que vinho velho demais vira vinagre.
Frutas, verduras e legumes
Tempo na geladeira: 5 dias. Devem ser armazenados previamente higienizados. É importante secar os alimentos depois de lavá-los para que não apodreçam com a água. Já as frutas tropicais, como a banana e o abacate, não devem ser refrigerados, pois escurecem. “O mamão, quando verde, nem chega a amadurecer”, diz o professor Porto, da Esalq.
Carnes
Tempo de geladeira: 2 dias. Carnes cruas – vermelhas, aves e peixes – duram pouco tempo na geladeira, por isso o ideal é congelar o produto se não for prepará-lo imediatamente. De acordo com Porto, carnes temperadas podem aguentar um pouco mais, já que o tempero atua como conservante natural. Já as embaladas a vácuo pode ficar até um mês na geladeira.
Ketchup, maionese e mostarda
Tempo de geladeira: de 1 mês a 1 ano. Com uma alta dose de conservantes na composição, essas guloseimas aguentam bastante na geladeira. No trio de temperos para o hambúrguer, a maionese é o mais perecível, pode ficar até 30 dias refrigerada. Manteiga
Tempo de geladeira: 3 meses. Por ter bastante gordura na composição, a manteiga aguenta bastante sob refrigeração. Conforme o tempo de geladeira, o produto pode ganhar uma capa amarelo-escuro de sabor rançoso. Remover essa capa, raspando a superfície da manteiga, ajuda a resolver o problema.
Enlatados
Tempo de geladeira: de 4 a 5 dias. Para Chaves, da Unicamp, o ideal é consumir os enlatados de uma vez, logo depois de abertos. Se sobrar, drene o líquido que banha o alimento e retire o produto da latinha. Guarde as sobras drenadas e em recipientes hermeticamente fechados.
Leite
Tempo de geladeira: de 1 a 4 dias. O leite pasteurizado azeda rapidamente e deve ser consumido dentro de 1 dia. Diferentemente do tipo longa vida, que, depois de aberto, aguenta de 3 a 4 dias na geladeira.
Fermento
Tempo de geladeira de 3 dias a 6 meses. O fermento químico em pó pode ser guardado por meses na geladeira, sem prejudicar o crescimento do seu bolo. Já o biológico, muito utilizado para fazer pães, tem tempo de vida curta, que não ultrapassa 3 dias depois de aberto. “O fermento biológico é vivo, formado por leveduras. Quando elas morrem, o fermento para de funcionar e a massa não cresce”, explica Chaves.
Comida pronta
Tempo de geladeira: 3 dias. O arroz branco de hoje é o arroz de forno, com molho de tomate, presunto e queijo de amanhã. A arte de “reformar” o que sobrou do almoço para comer um prato diferente no jantar é ótima para evitar desperdícios, mas é preciso ter cautela, para evitar uma intoxicação alimentar. As sobras devem ir para a geladeira, em recipientes com tampa, logo depois do almoço.