Ninguém quer um gato preto cruzando seu caminho, sobretudo numa sexta-feira 13. A origem da associação do felino a maus presságios data do século 4.
No ano 392, o critianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e o imperador Teodósio determinou a proibição dos rituais pagãos.
Aí começou uma desconfiança em relação aos gatos, já que os bichanos tinham papel de destaque entre os povos pagãos.
Começaram a surgir rumores de que esses gatos eram a encarnação do demônio. Na mesma linha, os gatos que levavam a biga com a deusa Freya, popular entre o povo germânico, passaram a ter forma semelhante.
A má reputação felina alcançou a Idade Média; bicho preferido das mulheres tidas como bruxas, ele entrou para a lista de perseguição do papa Inocêncio 8º(1432-1492) no século 15.
Há registro de pelo menos 1.600 gatos queimados ou enforcados com as donas.
É importante lembrar que os felinos viraram vilões apenas na cultura ocidental. No Oriente, eles sempre foram bem-vistos.
No Egito, onde teriam sido domesticados pela primeira vez, eles já eram sagrados há aproximadamente 5.000 anos. Lá, representavam a deusa Bastet (da fertilidade e da colheita), que era filha de Rá, o deus-sol, e tinha corpo de mulher e focinho de gato.
Os gatos eram tão adorados pelos egípcios que quem matasse um deles era condenado à morte. Quando morriam, eram embalsamados e enterrados em tumbas, e as pessoas da casa raspavam as sombrancelhas , era o mesmo gesto de luto adotado pela morte de um ente querido.
Na China, onde chegou há cerca de 3.000 anos, atribuía-se ao brilho noturno de seus olhos o poder de afastar a má sorte. Li- Show, a divindade dos campos, era representada por um gato. No Japão, a pelagem tricolor(preto, amarelo e branco) era símbolo de felicidade. No mesmo país, uma lei no século 13 proibiu que os bichanos fossem engaiolados.