Faz 163 anos que o poeta maranhense Gonçalves Dias escreveu a célebre Canção do Exílio, aquele poema que diz: “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá...
Na época, Gonçalves Dias,não estava propriamente exilado.Ele havia se mudado para Lisboa, para cursar a faculdade de direito, mas mesmo vivendo em um país onde se falava o mesmo idioma do Brasil, ele teve aquele poético surto de saudade. Mal sabia ele que 163 anos depois muitos brasileiros iriam começar a ter saudade do tempo em que se falava português nas empresas brasileiras.
Se hoje fosse vivo e trabalhasse por aqui, provavelmente escreveria um poema mais ou menos assim: “Minha empresa tem um office, onde manda o ceo, tem dez vice-presidentes, cada um com um assessor. Nosso budget tem mais profit, nosso costumer, relationship, o manager tem note book, o motoboy tem um bip.
Minha empresa tem call center, stock option e bonus plan, tem happy hour de tarde e breakfast de manhã.O advertising tem mais recall, o marketing tem mais appeal, everybody diz yes e nobody dá um pio”.
Tantos anos depois, o mundo corporativo desmentiu Gonçalves Dias, porque as aves que aqui gorjeiam estão gorjeando como lá.
