Revista O Empresário / Número 150 · Janeiro de 2011
Pelo segundo ano consecutivo,os trabalhadores com registro em carteira terão pesadas perdas em suas contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Neste ano, o rendimento das contas será de apenas 3,6% - o menor rendimento desde que o fundo foi criado, em 1966 – ante inflação de 5,63% pelo IPCA (Índice usado na meta de inflação). No ano passado, as contas do FGTS renderam 3,90%, ante inflação de 4,22% pelo mesmo índice. Para os dois cálculos consideram-se os créditos feitos na contas nos dias 10 de janeiro a 10 de dezembro de cada ano –nesse caso, o comparativo é com a inflação de dezembro de um ano a novembro do seguinte.
Neste ano, as perdas serão de R$ 15,3 bilhões - diferença entre a inflação de 5,63% e a TR de 0,6009%. Nos oito do governo Lula, as perdas somam R$ 71,1 bilhões. O governo usa como argumento que está seguindo a lei e que as contas rendem mais de 3% pois considera, nesse cálculo, o juro anual. Mas os juros de 3% não deveriam ser levados em consideração no comparativo com a inflação porque se trata de uma remuneração, como se o fundo fosse um investimento. A forma atual de remuneração do FGTS é tão ruim para o trabalhador que a poupança –a mais popular das aplicações no país – rende 6,17% ao ano (o juro de 0,5% ao mês é cumulativo).