Revista O Empresário / Número 150 · Janeiro de 2011
A Justiça brasileira vai de mal a pior na visão dos advogados que participaram de uma pesquisa da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace). Segundo pesquisa o índice é considerado muito ruim se verificada a percepção para os próximos cinco anos. Dos 706 entrevistados apenas 50,4% afirmaram que a Justiça estará melhor (48%) ou muito melhor (2,4%) daqui a cinco anos. O restante afirma que estará pior (36,5%) ou muito pior (13%). Entre outros indicadores, o estudo mostrou que 87,9% dos entrevistados acreditam que a Justiça brasileira é pouco ou nada eficiente.
Quanto a igualdade de tratamento, ou seja, sem importar meios econômicos,contatos pessoais ou filiação política, 80,5% dos advogados que responderam à pesquisa julgaram que o tratamento é nada igual, ou pouco igual. Já no quesito honestidade, 50,6% acham que é honesta ou muito honesta e 49,4% nada honesta ou pouco honesta. A lentidão foi um dos pontos críticos apontado pelo estudo, já que 99% dos entrevistados disseram que é lenta ou muito lenta.
A pesquisa ainda levantou as opiniões sobre os custos para a solução de litígios, apontando que 88,3% acham cara ou muito cara. O acesso pra a solução de litígios foi considerado difícil ou muito difícil por 61,9% das pessoas que responderam o questionário. Em estudo publicado em novembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a população deu nota 4,55 para a Justiça, numa escala de zero a dez. Para os técnicos do instituto, a avaliação mostra que órgãos como o Ministério Público, a Polícia Judiciária e a Defensoria Pública realmente têm uma avaliação ruim da população.