Um trabalho realizado em São Paulo e Porto Alegre pela Isma-BR, instituição dedicada ao estudo da prevenção e do tratamento de estresse, mostra que o medo de perder o emprego torna as pessoas 50% mais propensas a ter problemas de saude.
Entre os mil entrevistados, 37% afirmaram ter medo de perder o posto. Desses, 88% relataram dores de cabeça e musculares, 42% disseram ter problemas de sono e 30% apresentaram pressão alta, dor no peito e suspeita de infarto. No Brasil, foram fechadas quase 800 mil vagas com carteira assinada de novembro de 2008 a janeiro deste ano.
SINTOMAS
Ao deixar de integrar uma organização o sentimento de perda, o medo e a insegurança desencadeiam um quadro de estresse. Quando é intenso ou prolongado, ele desregula a produção de hormônios.
No sistema cardiovascular, esse desequilíbrio pode levar ao aumento da pressão arterial, diabetes e maior risco de infarto e derrame cerebral em pessoas com propensão.
“Observo constantemente esse tipo de problema. A pessoa perde o emprego, então ela infarta ou fica hipertensa. E sempre se questiona: ‘puxa, trabalhava tanto e agora, sem trabalhar, fiquei doente’. Acontece que a doença já existia e a demissão foi o gatilho para o problema”, afirma Ana Lúcia Alves Ribeiro, diretora do Departamento de Psicologia da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
Nesse contexto, o sistema imunológico também fica debilitado e pode precipitar a manifestação de doenças autoimunes, caso da artrite reumatoide. Doenças de dor crônica, como fibromialgia, também pioram.