Em cenário de economia desaquecida, tão ou mais importante que vender mais é receber pelo que se comercializa. Redes varejistas, que já sofreram no fim do ano passado os reflexos do agravamento da crise financeira internacional sobre a economia brasileira e recuperaram o volume de vendas do período ‘pré-crise’, agora diversificam estratégias para reduzir ou manter o nível de inadimplência.
O receio de perdas e de comprometimento do nível de consumo futuro continua grande, apesar da recente melhora nas vendas do comércio.
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) estima elevação da taxa de inadimplência para pessoas físicas no país dos atuais 8,3% para 12% a 13% no fim do ano. De acordo com dados do Banco Central, de setembro a março, a inadimplência de pessoas físicas passou de 7,3% para 8,3% e o maior índice está no grupo de pessoas que adquiriram bens -exceto automóveis - para esse grupo, a taxa passou de 13,4% para 14,2%.
Representantes do varejo confirmam o clima ainda de apreensão. Evento realizado em São Paulo sobre inadimplência teve procura muito maior que a esperada. Aproximadamente 250 pessoas lotaram o auditório e outras duas salas da ACSP usada de forma improvisada para acomodar o público. No palco, os diretores de crédito e cobrança das Casa Bahia, Paulo Santos, e das Lojas Riachuelo, José Antonio Rodrigues, revelaram preocupações em relação ao quadro de inadimplência e de desaquecimento da renda. Na plateia, representantes de outras empresas acenavam com a cabeça ratificando a apreensão.