Ao divulgar os dados sobre a evolução das operações de crédito do sistema financeiro, em abril, o Banco Central afirmou que o crédito “manteve a tendência de expansão moderada”.
O release do Banco Central citou, para sustentar essa afirmativa, que o estoque total de crédito cresceu 0,4% sobre março. Esse crescimento é bastante limitado.
Nos últimos três anos, só houve dois meses em que se observaram taxas de variação (sobre o mês imediatamente anterior) ainda mais baixas: em janeiro e em fevereiro deste ano.
E mesmo esse baixo crescimento só tem sido possível graças à expansão do crédito ofertado pelos bancos públicos - que voltaram a aumentar seu peso no estoque total de crédito, para 37,7%.
O crédito às famílias até que tem se recuperado. A demanda dos consumidores por crédito tem recebido forte estímulo, por meio das reduções de impostos concedidas primeiro aos automóveis, depois a materiais de construção e a eletrodomésticos da linha branca.
Pelo lado da oferta, os bancos têm relaxado um pouco sua cautela. Contribuem para isso os cortes da Selic (taxa básica de juros), que estão barateando a captação de recursos, e o fato de que o desemprego não tem aumentado tão rapidamente quanto se chegou a temer, amenizando o risco de inadimplência.
As dificuldades continuam maiores no crédito às empresas, sobretudo as de menor porte, que têm menos garantias a oferecer. Uma das razões é a inadimplência, que em abril voltou a aumentar.