Revista O Empresário / Número 94 · Fevereiro de 2006
Exilado em Paris pela violência gratuita do golpe de 64, Juscelino saiu uma tarde dirigindo seu carro e curtindo saudades do Brasil, numa conversa com seu velho amigo Olavo Drummond.
Chegaram à Place Vendôme, JK estacionou em um lugar proibido. O guarda logo apareceu, alto e posudo, com seu bonezinho à De Gaulle. Pediu a carteira de motorista, conferiu:
- Oh, senhor Kubistchek? Parente do grande presidente Kubitschek?
- Sou eu.
- O senhor, o próprio presidente Kubitschek? Por favor, dê-me a chave do carro. Eu mesmo vou estacioná-lo aqui, apesar de exilado, o senhor continua presidente, como sei que continua lá.
JK entregou a chave, pôs a mão no ombro de Olavo e chorou.