Revista O Empresário / Número 114 · Novembro de 2007
Para quem apostava no fim do cheque, uma surpresa. Redes de lojas de médio porte oferecem descontos de até 10% no preço dos produtos para o consumidor que optar pelo pagamento no velho papel de crédito. Dinheiro vivo também vale. A intenção é deixar clara a desaprovação, por parte dos lojistas, às altas taxas cobradas pelas administradoras de cartões que, segundo eles, ficam entre 3% e 6% do valor da transação, além do aluguel do equipamento.
As administradoras de cartões alegam que a taxa cobrada é menor, de 2,5% em média, e destacam que, ao diferenciar preços entre pagamento com cartão, cheque ou dinheiro, o lojista está quebrando o contrato com a administradora.
O raciocíno dos comerciantes segue, em geral, nessa linha: é preferível dar o desconto e dividir com o cliente o ganho obtido ao deixar de pagar a taxa de administração para a empresa de cartão de crédito.
INADIMPLÊNCIA
Na análise do economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri, um dos fatores que contribuem para que os lojistas ofereçam descontos no cheque é o recurso da inadimplência nessa modalidade de pagamento.
O último dado disponível revela que o calote do cheque em agosto foi de 1,89% do total de documentos compensados. Foi a menor marca do indicador desde agosto de 2005. “O cheque não acabou. Cada meio de pagamento tem a sua fatia de mercado”, diz o economista.