Revista O Empresário / Número 172 · Novembro de 2012
A primeira e principal mudança na rotina de alguém que acabou de deixar um cargo técnico para liderar uma equipe pela primeira vez, diz respeito à forma como encara o trabalho. Quando se lidera uma equipe, o profissional deixa de executar as tarefas como fazia antes e passa a delegá-la para que outros as façam. Ou seja, ele não vai mais cuidar do próprio trabalho, mas sim ser responsável pelas atividades entregues pela equipe, explica a consultora de carreira da LHH/BDM, Irene Azevedo. “É uma dinâmica diferente, pois ele vai obter resultados por meio das pessoas e não pelas próprias mãos: Para tanto, ele precisa desenvolver as competências mais marcantes de um gestor: a capacidade de se relacionar e influenciar pessoas. Algo que nem sempre faz parte do repertório de quem ocupa um cargo técnico”, diz Irene.
Segundo a diretora de recursos humanos da consultoria Manpower, Márcia Almström, essa é justamente a principal dificuldade observada em quem se senta na cadeira de gerente pela primeira vez, sobretudo nos mais jovens.
“O foco nesse aspecto é fundamental para quem deseja ser gerente”, afirma. Promovido há um ano, o gerente de fornecimento e contratos na área de compras do Itaú-Unibanco, Gabriel Medda encara essa questão como um desafio diário.
“Não é algo que se aprende da noite para dia. Deixar de executar aquilo que você estava acostumado e gostava de fazer, é difícil. Principalmente, porque sempre idealizamos na nossa cabeça como as coisas devem ser feitas”, confessa. “Porém, como gerente é preciso aprender a dividir e confiar que, ainda que de outra forma, sua equipe é capaz de realizar aquela tarefa e entregar o resultado esperado. Só assim você extrai o melhor da equipe e traz as pessoas para jogar com você”, diz Medda.