Revista O Empresário / Número 172 · Novembro de 2012
A história de Jon Burgstone é o “case” dos bilionários da geração internet. Em apenas 18 meses, ele criou, lançou e vendeu sua start-up, a SupplyMarket – software para fornecimento a empresas de manufatura –, por US$ 1 bilhão para a e-commerce Arriba.
Passados 12 anos, Burgstone, fundador da faculdade do Centro de Empreendedorismo e Tecnologia da Universidade da Califórnia, Berkeley, se divide entre investir o que ganhou e compartilhar o que aprendeu.
*O que mais é importante hoje para o empreendedor: conhecimento técnico ou intuição?
Jon Burgstone - O mais importante é saber encontrar e preencher a necessidade do cliente insatisfeito. Muitos dos novos empreendimentos já começam andando para trás. Por exemplo, um inventor cria algo e tenta vender, mas não faz a menor ideia do que os clientes precisam ou estão dispostos a pagar. O mais importante é sempre compreender o cliente e entregar a ele um produto ou serviço que agregue valor.
*Quais são os maiores erros dos empreendedores iniciantes?
O grande erro é gastar muito dinheiro antes de testar o conceito. No início, os empreendedores precisam tentar obter o máximo de informação pelo custo mínimo.
Um exemplo: no meu bairro, dois empresários diferentes abriram duas lojas de chocolates caros. O primeiro gastou muito pouco dinheiro na locação de espaço, mas fez com que ele parecesse atraente. O outro alugou uma loja muito grande e gastou demais em reformas. Ambas as empresas faliram. Simplesmente não havia demanda para aquele tipo de chocolate.
No entanto, o empresário que investiu apenas uma pequena quantia de dinheiro no projeto saiu na frente. Ele aprendeu uma lição importante e minimizou suas perdas.
*Muitos negócios são construídos hoje quase totalmente via web. Analistas dizem que isso pode prejudicar o financiamento de outras áreas importantes. Como evitar isso?
A internet está se tornando cada vez mais parte essencial da vida das pessoas, mas sempre haverá muito espaço para os outros negócios. Os investidores espertos estão procurando apoiar empresas que preenchem algumas necessidades do cliente – na medicina, na energia, na agricultura.
O mundo está cheio de oportunidades, a parte difícil é ignorar o “hype” de certas indústrias (como as de mídias sociais de hoje em dia) e olhar para empreendimentos com os quais você tenha familiaridade.