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Revista O Empresário / Número 168 · Julho de 2012



Li uma reportagem sobre uma professora que vem fazendo sucesso nas altas rodas cariocas dando aulas de boas maneiras para crianças.

No cursinho, ela ensina aos pequenos noções básicas de boa educação. Coisas como não falar alto, não interromper a conversa alheia, dizer “obrigado” e “por favor”.

Seria uma boa ideia ampliar a prática para que atingisse boa parte da população da cidade, principalmente aquela ligada ao setor de serviços. Uma cartilha básica poderia ensinar aos motoristas de táxi, por exemplo, que nem todos os passageiros têm interesse em ouvir, em alto volume o rádio do carro, o último sucesso de um grupo pagodeiro ou um debate em uma rádio popular. Outro item deveria explicar que, quando o passageiro pede, educadamente, que se diminua o volume do rádio, a resposta correta não é “não posso porque senão não escuto”.

Garçons, atendentes e vendedores poderiam receber da tal professora a seguinte lição: não é de bom tom continuar conversando animadamente com o colega de trabalho, enquanto o cliente mendiga por um segundo de atenção. Nem pega bem olhar de cara feia quando ele, timidamente, interrompe o bate-papo com um “por favor”, gostaria de...”

A cartilha poderia incluir regrinhas básicas para o cidadão em geral. Coisas simples, como não fingir que está dormindo no banco do metrô, quando um idoso entra no vagão, não aproveitar a breve distração do próximo para tentar furar a fila no cinema, não acelerar o carro ameaçadoramente enquanto o pedestre atravessa a rua na faixa...

A lista de pequenas incivilizadades de nosso dia a dia é longa, mas não é intransponível. Se as crianças de dez anos podem aprender a ter boas maneiras, com um pouquinho de boa vontade, nós também conseguimos. Fonte: Cristina Grillo
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