Revista O Empresário / Número 158 · Setembro de 2011
O tratamento dado a turistas brasileiros pelos EUA nos consulados e na imigração foi tido como “inadequado” e “degradante” pelo Brasil. Despacho do gabinete do então chanceler Celso Amorim, definiu como “inadequado” o tratamento e “motivo de humilhação” os questionários para obtenção de visto. Transmitido à embaixada em Washington em outubro de 1994, o documento relata um encontro em Brasília com o embaixador norte-americano Melvin Levitsky que, na ocasião, admitiu que problemas aconteciam porque os EUA desconfiavam do Brasil –segundo ele, país com grande número de portadores de documentos falsos, só atrás de México e El Salvador.
O argumento não convenceu brasileiros que, segundo o telegrama, reagiu: “mesmo em casos especiais, como os de autoridades e funcionários do governo em viagens a serviços, era muito difícil contar com a boa vontade do serviço consular”. Em 1993, o consulado brasileiro em Miami protestou contra perguntas “ridículas” do formulário e sugeriu usar a reciprocidade diplomática.