O rótulo de alimento industrializado tem duas partes. Uma traz informações gerais sobre o produto – o que é, quem produz, ingredientes, lote, prazo de validade e modo de utilização. A outra é a própria tabela de informações nutricionais, com valor calórico, quantidade de nutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), alguns micronutrientes (vitaminas e minerias) e fibras calculado pela porção definida.
VEJA A UTILIDADE E PERIGO DE CADA COMPONENTE:
* Acidulantes: aditivos químicos que modificam a sua acidez ou melhoram o sabor dos alimentos. Por controlar o pH, evitam a ação de micro – organismos e podem aumentar a durabilidade do produto. O uso excessivo pode provocar cirrose hepática, descalcificação dos dentes e dos ossos.
* Antioxidantes: aditivos que previnem a deterioração. Os mais usados são o ácido benzóico, vitaminas A e E, nitrato e nitritos. Seu excesso está relacionado a alergias, distúrbios gastrointestinais, dermatite, hipersensibilidade e câncer.
* Corantes: adicionados para substituir cores perdidas durante a preparação ou para tornar os alimentos mais atraentes. Podem ser naturais ou sintéticos. Alguns corantes permitidos no Brasil podem causar alergia, convulsões e câncer, como o vermelho - 40 e a tartrazina.
* Espessantes ou estabilizantes: aumentam a viscosidade do produto e estabilizam emulsões. Pode ter ação laxante.
* Edulcorantes: presentes principalmente em alimentos especiais ou com restrição calórica, em substituição ao açúcar. Os mais usados na indústria são o aspartame, o ciclamato de sódio e a sacarina sódica, proibidos nos Estados Unidos depois que estudos relacionaram seu uso ao câncer. Um edulcorante seguro é a sucralose.
* Flavorizantes: responsável por “imitar” o sabor natural de um produto, mas podem causar alergias.
* Fenilalanina: substância importante para o metabolismo e para o bom funcionamento do cérebro. Para os portadores de fenilcetonúria, doença genérica caracterizada pela incapacidade de degradar a fenilalanina, é tóxica. Por estar na estrutura química do aspartame, pode aparecer em alimentos dietéticos e lights.
* Gordura interesterificada: com os alertas sobre os riscos de consumo da gordura trans, a indústria de alimentos criou um novo método de tornar óleos vegetais sólidos, a interesterisficação. Por ainda ser pouco conhecida, não existem estudos suficientes sobre os impactos no organismo, mas alguns já mostraram correlação com a resistência à insulina.
* Gorduras trans: tipo específico de gordura presente em alguns alimentos que contém gordura vegetal ou derivado do processo de fritura em óleos vegetais, como margarinas, biscoitos, salgados, sorvetes. Uma brecha na legislação permite constar “livre de trans” nos rótulos, se na porção existir quantidade igual ou inferior a 0,4g.
* Glúten: proteína presente em cereais, principalmente no trigo. É responsável pela famosa “liga da massa”, favorecendo seu crescimento e consistência. Pessoas portadoras de doença celíaca apresentam uma hipersensibilidade ao glúten e não podem consumi-lo.
* Umectantes: mantêm o alimento úmido e macio. Os antiumectantes têm ação inversa e são utilizados em alimentos que necessitam se manter sempre secos e crocantes, como biscoitos e salgadinhos.
Fonte: Marcus Ávila, nutricionista do Instituto Mineiro de Endocrinologia