Crédito farto, perigo

A oferta abundante de crédito e o assédio crescente das instituições financeiras, junto com a perspectiva de continuidade da alta de juros até o fim do ano, já desperta a preocupação para o aumento do temido calote. É hora de quem está com o orçamento apertado arregaçar as mangas e fazer algo para evitar atrasar seus compromissos. Quem já está inadimplente deve encarar o problema e adotar um plano para conseguir, aos poucos, acertar as contas com os credores.

As pessoas recebem as ofertas de crédito, e as taxas de juros estão acessíveis, embora não estejam baixas. Com isso, se iludem e acabam acumulando dívidas. A economia estável ajuda, mas não é a vilã da história.

A procura por crédito aumentou 16,6% no primeiro semestre, em relação a igual período do ano passado, segundo pesquisa da Serasa Experian. A empresa também já vem detectando o avanço da inadimplência, que subiu 4,3% em maio, frente a abril.

Uma das principais armadilhas que acabam levando à inadimplência é o acúmulo de compromissos financeiros em diferentes frentes e as pessoas acabam fazendo compras no cartão de crédito, no cheque e até pegando empréstimos com parentes.

Havia uma demanda reprimida muito grande por crédito, que não estava disponível, mas como as pessoas em geral não sabem lidar com ele, a tendência é irem se endividando sem fazer pequenas contas. Quando junta tudo, vira uma bola de neve.