O crédito às famílias deve manter um ritmo forte de expansão nos próximos anos, apesar das medidas do governo para desacelerar a economia.
Alguns consumidores podem, no entanto, ter mais dificuldade para administrar o aumento no endividamento em um ambiente de alta dos juros.
O aumento nos juros deve reduzir o espaço para a tomada de novos financiamentos, mas não a ponto de reverter a tendência.
Ainda estamos colhendo os frutos da queda na inadimplência e do aumento dos prazos em 2009, mas agora, devemos ter uma transição para um momento menos favorável, e a contratação de novas dívidas nesse cenário pode ficar mais complicada.
O professor de finanças do Insper, Rafael Paschoarelli, lembra que os bancos privados e o próprio Banco Central, esperam um aumento de cerca de 20% no estoque de empréstimos em 2010, acima dos 15% registrados no ano passado.
Paschoarelli diz que o país ainda está muito atrasado tanto na expansão do crédito como nas medidas para tornar esse crescimento mais saudável.
“Seria importante aprovar o cadastro positivo, para dar mais segurança aos bancos e lojas e fazer com que o bom pagador obtenha juros menores, e desonerar o crédito”, afirmou.