Os bancos e fundos têm mais de R$ 340 bilhões aplicados em operações de curtíssimo prazo, um excesso de liquidez que poderia ser dirigido a operações de crédito de maior prazo, o que certamente contribuiria para impulsionar as atividades empresariais.
Essa tendência pode ser percebida pelo montante das operações de overnight: antes, o BC retirava cerca de R$30 bilhões diariamente do sistema financeiro; hoje a retirada cresceu para R$ 100 bilhões. Ao mesmo tempo, está-se verificando que o BC, que tomava recursos dos bancos por 30 dias, em média, elevou esse prazo para entre 40 e 50 dias.
As autoridades monetárias liberaram cerca de R$ 84,5 bilhões, entre setembro e dezembro, dos recolhimentos compulsórios, para permitir aos bancos aumentarem suas operações de crédito. Parece que boa parte disso se dirigiu para a compra de títulos do Tesouro.
Operações de open market são necessárias como instrumento de política monetária, mas o excesso de liquidez dos bancos não deveria ser, como agora, desviado para títulos do Tesouro.
O primeiro item que os bancos verificam antes de emprestar é se o cliente é confiável. O medo afasta qualquer possibilide de fazer um negócio. Eles deixam o dinheiro na mão do governo que não atrasa e paga bons juros.