O parcelamento em carnês é típico do brasileiro e, nas classes C eD, esta forma de financiamento é um dos poucos meios de acesso às compras. Elas têm em média dois ou três carnês, os quais não são encarados com o peso com que geralmente é visto o finaciamento ou o crédito, mas, sim, como uma facilidade oferecida pela loja para dar acesso ao consumo.
A conclusão é do estudo da empresa de pesquisa InSearch sobre a percepção do consumidor com relação ao endividamento em carnês.
A classe D é o grupo que mais o utiliza. Entre eles, 45% possuem carnê. Na classe C, o número vai para 35%. Cai mais um pouco, para 27%, na classe B. E apenas 13% dos consumidores da classe A usam este formato de crédito.
O que explica a grande quantidade de carnês entre os consumidores de menor renda é a dificuldade dessas pessoas em obter crédito. Muitos não têm emprego, renda fixa, nem mesmo conta bancária.
Os produtos mais comuns para as compras parceladas em carnês são eletrodomésticos e eletroeletrônicos, com 15%, seguidos por móveis, com 11% e roupas, com 10%.
Entre os que usam o financiamento, detectou-se que a classe C tem em média três carnês. Já na D, que tem um poder de compra menor, a média é de dois carnês. A classe A aparece com um carnê em média.
O financiamento é visto como uma forma de acesso ao consumo e uma facilitação do pagamento. Segundo a pesquisa, 54% dos consumidores que têm carnê atualmente já planejam a próxima compra, para ser feita do memso modo, assim que terminarem de pagar o que possuem em andamento.
Todos têm plena consciência de que estão pagando mais. Sabem que uma compra parcelada em carnê é mais cara que uma feita à vista.
No entanto , como o orçamento é apertado, um carnê é substituído pelo outro.