Revista O Empresário / Número 104 · Dezembro de 2006
Você já foi "plutado"?
Se ainda não foi, respire aliviado. Explico: "plutado" foi escolhido a Palavra do Ano pela Sociedade Dialética Americana. Quer sinônimos? Vamos lá: rebaixado, desvalorizado, ignorado, rejeitado... Ah... Entendeu? Isso mesmo! "Plutado" vem de Plutão, o ex-planeta, cujo status foi confiscado no ano passado por astrônomos reunidos em Praga. Quem sabe o Aurélio não compra a idéia de um novo verbete? O cabo foi plutado a soldado raso. O dólar foi plutado em relação ao euro. Fulano foi plutado pela mulher na lua-de-mel. E por aí vai.
A eleição anual da entidade americana tem outras preciosidades da lingüística inusitada. O segundo lugar ficou com a expressão "macaca" ou "momento macaca", definida como "tratar um cidadão americano como um forasteiro" - uma referência a um comentário da campanha eleitoral do ex-senador George Allen, que, dizem analistas, marcou o começo do fim das suas pretensões políticas.
Também foram derrotadas "YouTube", "carga extra" (em referência ao aumento da força de tropas) e "flog" (um blog falso criado por uma corporação para promover um produto ou um programa de TV).
Como qualquer concurso americano, as categorias são várias. Na de "mais desnecessária" a palavra vencedora foi "SuriKat" (o suposto apelido da filha de Tom Cruise e Katie Holmes), que venceu "o decididor", usada pelo presidente Bush em abril para descrever sua posição em relação aos rumores se o então secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, conseguiria manter o cargo.
Na categoria "mais ultrajante", a ganhadora foi "acessório cambojano", definição para a "criança do Camboja adotada pela atriz Angelina Jolie".
Já na "maior eufemismo", o prêmio ficou com "waterboarding" (algo como hospedar em água, mas que também pode ter um sentido esportivo), definida como "uma técnica de interrogatório na qual a pessoa é imobilizada e submersa em água para simular um afogamento".