Revista O Empresário / Número 104 · Dezembro de 2006
A BATATINHA
“Batatinha quando nasce esparrama pelo chão.
Esparra o quê? Mesmo sem lógica, a criançada repete o verso nas festinhas da escola:
Batatinha quando nasce
Esparrama pelo chão.
A menina que namora
Põe a mão no coração.
O original tem uma pequena diferença. Ei-la:
“Batatinha quanto nasce espalha rama pelo chão.
O BURRO FUJÃO
“Cor de burro quando foge.
O fato? O quadrúpede mantém a cor mesmo quando pula a cerca. Na origem, o dito revelava esperteza. Dava asas às pernas:
“Corro de burro quando foge”.
ABRE CAMINHOS
“Quem tem boca vai a Roma.
Por que o privilégio?
Quem pergunta vai a Roma, Paris, Londres, Rio, Recife. Sem a deturpação, dá-se a César o que é de César.
Eis a forma:
“Quem tem boca vaia Roma”.
TAL PAI, TAL FILHO
“É a cara do pai escarrado e cuspido.
Deselegante, não?
Tadinho do filho. Melhor devolver o requinte do provébio. O dito nasceu assim:
“É a cara do pai em carrara esculpido.
Que salto de qualidade, hein? Carrara, melhor mármore do mundo, leva o nome de onde é extraído a cidade italiana de Carrara( O escultor Michelangelo, que de bobo não tinha nada, só aceitava esculpir nesse material nobre). Em suma: o provérbio é pra lá de gentil com os filhos. Eles são a cara o pai melhorada.
O CAÇADOR SOLITÁRIO
“Quem não tem cão caça com gato.
Xiiiiiii, faltou um o. Sem ele, a comparação bateu asas e voou:
“Quem não tem cão caça como gato.
Lógico, não? Sem cão, o caçador se vira como gato. Caça solitário.