Revista O Empresário / Número 104 · Dezembro de 2006
Quase um terço das pequenas e médias empresas brasileiras contratam empréstimos de curto prazo mais de três vezes ao mês, para pagar despesas correntes, como fornecedores e salários.
Os principais instrumentos de crédito de curto prazo para as empresas de menor porte são também alguns dos mais caros: a conta garantida ou cheque especial e o desconto de duplicatas. Entre as pequenas e médias empresas, 53,5% usam cheque especial ou conta garantida, e 46,5% desconto de duplicatas.
Três fatores dificultam a contratação de empréstimos, não importa o tamanho da empresa: a exigência de garantias reais, por parte dos bancos; a burocracia com exigências de reciprocidades (aquisição de outros serviços dos bancos). O nome sujo em sistemas de proteção ao crédito foi apontado por 12% das pequenas e médias empresas entre as principais dificuldades: a inscrição do Cadastro de Inadimplentes (Cadin) do governo federal é problema para 8,7% das firmas de menor porte.
O pagamento de despesas correntes é a principal finalidade dos empréstimos de curto prazo para 80,2% das empresas menores e 63,9% das grandes. A seguir, vêm as obrigações fiscais e previdenciárias (24,1% das pequenas e médias empresas e 32,2% das grandes e a recomposição de estoques (26,5% e21,7%). Sinal preocupante de dependência de crédito é o fato de que cerca de 17% das firmas contratam empréstimos de curto prazo para pagar outras dívidas.