Revista O Empresário / Número 100 · Setembro de 2006
Inicialmente restrito ao mundo do telemarketing das centrais de atendimento ao consumidor, o gerundismo invadiu todas as áreas das empresas, para desespero de quem tem amor à língua. Além da voz mecânica ao telefone proferindo frases como “vou estar te enviando” ou “vou estar resolvendo o problema para você”, no e-mail, relatório e até em palestras, estão as provas de que essa mania tomou conta do brasileiro na hora de se expressar e, pior, em todos os níveis hierárquicos. “Trata-se de um dos maiores atentados contra a língua portuguesa”, desabafa a consultora Jacqueline Alves de Souza.
Newton Nakao, gerente de Recursos Humanos da Sandvik Mining Construction, em Belo Horizonte, admite que vícios como o gerundismo são mesmo comuns. “ É terrível de ouvir ou de ler”, comenta. No caso dos profisionais mineiros, entretanto, ele aponta outro problema grave percebido nas correspondências, documentos e e-mails. “Há excesso de regionalismo nos textos e, como a empresa tem atuação bastante abrangente, a comunicação, nesse caso, corre risco de ser prejudicada”.