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Revista O Empresário / Número 107 · Abril de 2007



A maioria dos trabalhadores brasileiros não são “engajados” com o trabalho. Isso significa que não estão dispostos a ser leais com a empresa, a melhorar o desempenho, a ter idéias criativas ou a se entusiasmar com o sucesso do negócio. É o que mostra pesquisa pdo The Gallup Organization com 1012 trabalhadores, em 11 capitais do país. Segundo ela, 79% da força de trabalho brasileira não se sente comprometida com o que faz e 18% é até “ativamente desengajada”. São aqueles que faltam mais ao serviço e se encarregam de disseminar o pessimismo entre os colegas.

Os “ativamente desengajados” estão presentes apenas fisicamente e não psicologicamente. Eles são responsáveis por destruir o valor criado por seus colegas. Talvez fosse melhor para empresa ficarem em casa, principalmente se tiverem contato com clientes.

O que preocupa no Brasil não são os que vestem a camisa da companhia e sim os que torcem contra, os “ativamente desengajados”. Um dos principais motivos apontados para esta ausência de engajamento foi a falta de habilidade dos chefes imediatos na gestão de pessoas. O pessoal da direção não tem muita influência sobre isso.

Um dado preocupante da pesquisa, mostra que 19% dos gerentes ou supervisores fazem parte do grupo dos “ativamente desengajados”, o que supera a média nacional de 18%. Um gerente assim tem um poder de destruição terrível.

As consequências econômicas da falta de engajamento no trabalho, podem ser mensuradas em seis dimensões: pelo índice de absenteísmo um trabalhador “ativamente desengajado” faltou 4 vezes mais ao trabalho no último ano que um engajado e também ficou doente o dobro de vezes, pelo turnover, pelo grau de satisfação dos clientes, pela lucratividade, produtividade e por perdas ocasionadas por descuido, furto ou acidentes.

Algumas questões influenciam diretamente o engajamento dos trabalhadores. Saber o que a empresa espera do trabalho da pessoa, se existem equipamentos necessários para a realização do serviço, se alguém parece se importar com o que ela faz e se existem oportunidades de crescimento profissional. As pessoas engajadas no trabalho, no geral, são mais satisfeitas com a vida. Mais de 50% dos engajados apontados pela pesquisa dizem possuir as coisas que consideram importantes na vida.

Passamos dois terços do nosso tempo no trabalho, quem não gosta do que faz, acaba ficando mais infeliz.
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