O setor de saúde suplementar avança em estudos sobre o impacto do aumento da concentração de idosos na população brasileira sobre seus negócios. Novos levantamentos de diversas entidades apontam para a alta do custo com a faixa etária mais velha. O Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) começou a calcular o reflexo financeiro da nova composição populacional sobre as empresas e o setor público.
Serão agregados aos cálculos dados como a elevação das doenças crônicas. Considerando-se que a incidência de cada enfermidade permanecerá inalterada, só com o envelhecimento, a participação de hipertensivos vai de 21,8% para 33% em 2050, segundo o Iess. “O estudo deve aglutinar variáveis ligadas a saúde”, diz José Cechin, da FenaSaúde (federação nacional). “O preço cobrado para quem tem a partir de 59 anos não pode ser superior a seis vezes o que se cobra do mais jovem. Essa regra não é viável a longo prazo. Mas é preciso respeitar o estatuto do idoso”, diz Luiz Carneiro, do Iess.
Um estudo de Cechin que considera só o envelhecimento da carteira de clientes conclui que os gastos com saúde subiriam 43% per capita se a população atual tivesse perfil semelhante ao de 2040. “Hábitos preventivos e saudáveis podem reduzir o ritmo de crescimento dessas despesas. Outra saída seriam modelos de poupança para financiar saúde”, diz Cechin. As operadoras de autogestão, geridas por funcionários de empresas, acolhem 22,3% de idosos entre seus beneficiários, segundo a Unidas, entidade do segmento. No sistema total é 11,2%.