Revista O Empresário / Número 160 · Novembro de 2011
Antes de assumir o posto de executivo-chefe do Google, em abril, Larry Page afirmou que a empresa precisava voltar a ser ágil como nos tempos de startup. Um de seus alvos era as reuniões, que costumam tomar de 40% a 50% do tempo de um executivo.
Entre outras medidas, ele pediu aos funcionários que não usem mais laptops e outros gadgets, para não dispersar. Ironicamente, essa não era uma prática adotada nos tempos de startup. Naquela época, o bilionário Barry Diller, um dos fundadores da Fox, irritou-se com Page porque ele não tirava os olhos do palmtop, durante uma reunião. “Eu sempre faço isso”, foi sua resposta.
O problema é que, de lá para cá, todo mundo começou a levar seus notebooks, smartphones e tablets para as salas de reunião. Ficou muito mais rápido mandar a ata e distribuir tarefas, mas quase ninguém resiste a dar olhadinhas “rápidas” no e-mail, no Twitter, no Facebook, na câmera de vigilância de casa, um site de fotos, um site de fofocas e aí... sobre o que era essa reunião, mesmo? Parece contraditório, mas é nas empresas mais conectadas, como a Google, Cisco e IBM, que a prática de limitar o uso de gadgets em reuniões vem pegando.