Revista O Empresário / Número 138 · Janeiro de 2010
Entrar numa loja, encher a sacola e sair sem pagar nada. Ou quase nada. Pode parecer estranho, mas assim funciona a Esloúltimo, que abriu suas portas em Barcelona.
Para frequentar a loja, instalada no centro da cidade, é preciso fazer um cadastro e pagar uma taxa de € 5 por semestre. A partir daí, o cliente pode levar para casa até dez produtos por mês, de alimentos a cosméticos, sem fazer desembolso adicional.
Não, não se trata de um “revival” socialista nem de um novo modelo de consumo que está emergindo para caber nos bolsos apertados do mundo pós-crise. A experiência, na verdade, não poderia ser mais capitalista.
A Esloúltimo (é o último, em tradução livre) foi criada pela Guia de Tendências, empresa barcelonense especializada em marketing e pesquisas sobre consumo, com o objetivo de testar a reação dos clientes aos lançamentos de produtos feitos por diversas empresas. Mais que uma loja, o local é uma espécie de laboratório de consumo.
“A ideia é oferecer às marcas um espaço para que possam comunicar e promover seus produtos”, afirma Virginia Bernal, gerente de contas do Guia de Tendências.
As empresas não pagam nada para expor seus lançamentos. Se a Esloúltimo só cobra dos clientes da loja uma taxa semestral de inscrição, como o negócio vai se sustentar? O Guia de Tendências pretende vender às companhias pesquisas sobre o comportamento dos consumidores e a aceitação dos produtos.