Revista O Empresário / Número 137 · Dezembro de 2009
Ao transitar pelos corredores do fórum, o advogado e professor foi abordado por um dos juízes.
- Olhe só, que erro ortográfico grosseiro temos nesta petição.
Estampado logo na primeira linha do petitório lia-se: Esselentíssimo Juiz. Às gargalhadas, o magistrado pergunta:
- Por acaso, este advogado foi seu aluno na faculdade?
Responde-lhe o mestre:
- Foi sim, mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere?
- Ora, meu caro, por acaso você não sabe como se escreve a palavra Excelentíssimo?
O catedrático explica:
- Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes. Se o colega desejava se referir à excelência dos seus serviços, o erro ortográfico efetivamente é grosseiro; no entanto, se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras. O certo, então, seria dizer: “esse lentíssimo juiz”.
Depois disso, aquele magistrado nunca mais aceitou o tratamento de Excelentíssimo Juiz sem antes perguntar:
- Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento?