Revista O Empresário / Número 134 · Setembro de 2009
Radiografia do trabalho formal mostra aumento de vagas para os mais qualificados.
Os trabalhadores com pouca escolaridade e menor renda foram os mais afetados pela crise econômica mundial, perdendo espaço no mercado de trabalho formal no ano passado. Os dados estão na radiografia do emprego formal divulgada anualmente pelo Ministério de Trabalho – a Rais (Relação Anual de Informações Sociais).
Os números refletem o efeito devastador da crise no último bimestre do ano, quando as demissões bateram um patamar histórico. Apesar disso, o total de trabalhadores formais cresceu 4,88%. Chegou a 39.442 milhões de pessoas em 2008.
A redução do emprego para os trabalhadores menos qualificados e com menores salários foi acompanhada de um aumento na oferta de vagas para pessoas com maior escolaridade e nível de renda. A Rais mostra que houve elevação do emprego para todas as faixas com escolaridade a partir de ensino médio incompleto.
Abaixo dessa linha, no entanto, todos os níveis de escolaridade apresentaram queda no nível de emprego. “Na crise, perdeu quem ganhava menos e tinha menos escolaridade. Isso é um alerta sobre a importância da qualificação”, disse o ministro Carlos Lupi (Trabalho).
A Rais é um registro do mercado formal mais abrangente que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado mensalmente pelo governo. A relação, além dos trabalhadores com carteira assinada, inclui os servidores públicos, os trabalhadores temporários e os autônomos.