Revista O Empresário / Número 127 · Janeiro de 2009
O governo federal propôs às maiores instituições financeiras privadas um acordo para reduzir os chamados “spreads” bancários, a diferença entre as taxas captadas e as repassadas ao consumidor, mas a iniciativa não terá nenhum sucesso enquanto os juros do próprio governo estiverem em 13,75%, segundo especialistas.
Os bancos sustentam que também têm interesse em reduzir os “spreads” e manter a expansão do crédito. O problema é como viabilizar essa redução das margens em meio ao aumento dos custos de captação de recursos e à redução na demanda por crédito.
Para Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating, no máximo, o governo poderia oferecer como contrapartida para os bancos mexerem no “spread” alguma redução na tributação ou no compulsório.
Santacreu disse ter dúvidas sobre a eficácia de utilizar a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil como instrumentos para aumentar a concorrência e forçar os bancos a diminuírem seus ganhos. “Não é porque o juro está menor na Caixa e no BB que o cliente vai mudar de banco. Hoje, o que mais está compondo os ganhos dos bancos é o ‘spread’. Não dá para achar que os bancos deliberadamente e por altruísmo vão diminuir o ‘spread’.