Revista O Empresário / Número 127 · Janeiro de 2009
Ao mesmo tempo em que o mercado de crédito está em desaceleração, cresce o atraso dos pagamentos de dívidas já contraídas pelas famílias brasileiras. A inadimplênica nas operações de pessoas físicas, em novembro, atingiu 7,8%, a maior taxa desde agosto de 2003, quando os atrasos chegaram a 7,9% do volume de crédito concedido. Essa foi a segunda alta consecutiva desde o recrudescimento da crise financeira internacional.
Nas operações com as empresas, porém, os atrasos acima de 90 dias ficaram estáveis em 1,7% do total de crédito, segundo o Banco Central. O mesmo ocorre quando se analisa a inadimplência global do sistema, que permaneceu em 4,2%.
A preocupação do BC é com o cenário de desaceleração nas concessões de crédito. com isso, o peso dos calotes é maior em relação ao volume de crédito. Há ainda a perspectiva de aumento do desemprego em 2009.
“Se o estoque de crédito é menor, a inadimplência tende a subir e a carteira dos bancos fica pior. Mas esse cenário se reverte com a retomada do crédito”, explicou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.