Na luta contra o aquecimento global, o cientista Winfried Dochner, da Universidade de Hohenheim, na Alemanha, apresentou uma arma inusitada: pílulas antiarrotos para vacas.
O especialista alemão afirma que os arrotos dos ruminantes respondem por cerca de 4% das emissões de gás metano no planeta. E a tendência seria de crescimento, já que o consumo de carne está aumentando.
"Não podemos evitar esse desenvolvimento. Mas com novos métodos, podemos reduzir a influência das vacas no efeito estufa para até 3%, e ainda economizaremos dinheiro", diz o especialista em nutrição animal Dochner.
A solução que ele criou para o problema tem o tamanho de um punho fechado: uma superpílula batizada de "Bolus", composta de substâncias microbióticas que se dissolvem no estômago das vacas durante vários meses, ajudando na digestão.
Dieta
Esse "remédio", aliado a uma rigorosa dieta com mais gorduras e com horas específicas de alimentação, diminuiria a produção de metano dos animais, segundo o estudioso.
"Um animal que mastiga e digere continuamente melhora o aproveitamento de substâncias no seu próprio corpo. É como com as pessoas: mais refeições ao longo do dia são significativamente mais saudáveis para o corpo."
O metano é produzido pelo processo químico de fermentação que resulta da ruminação das vacas e é formado pela combinação das moléculas d'água e de dióxido de carbono.
Com a nova técnica, em vez de ser arrotado para fora pelos animais, ele seria usado pelo organismo das vacas para a produção de glicose. Com isso, o cientista alemão afirma que elas produziriam mais leite, o que as tornaria economicamente mais eficientes.
Com a dieta e, principalmente a superpílula, a produção diária de metano seria diminuída consideravelmente, segundo Dochner. Ele diz ainda que procura patrocinadores para a sua idéia.