Revista O Empresário / Número 101 · Setembro de 2006
Conter os gastos mensais e equilibrar o orçamento para fazê-lo render até o próximo salário, para muitas pessoas, não é uma tarefa simples. O dinheiro curto, o consumismo e as diversas despesas são fatores que, combinados, colaboram para que muita gente fique no vermelho e acabe entrando no cheque especial antes mesmo do fim do mês.
Cheque especial deve ser usado em caso de emergência
A praticidade na obtenção de crédito e a sensação de poder e de renda infindável que o cheque especial oferece pode ser perigosa. É necessário ter muita organização e disciplina para que essa modalidade de crédito não destrua as suas finanças pessoais.
Basicamente, o limite do cheque especial não deve ser usado para fazer grandes compras, mas pode ser utilizado por dois ou três dias, quando acontece algum imprevisto. Ou seja, este recurso serve como alternativa para cobrir aqueles "buracos" que aparecem no orçamento, e não pode, jamais, virar um hábito mensal.
O problema é que muitas pessoas acabam incorporando o valor do cheque especial à renda mensal. Dessa forma, compram por impulso e, quando percebem, estão utilizando o limite integralmente, como se fosse parte do seu patrimônio.
Cuidado com os juros
Imagine a seguinte situação: surgiu um jantar de última hora, mas o seu pagamento só irá sair daqui a alguns dias. O que fazer? Deixar de sair ou contratar um empréstimo? A primeira opção seria viável somente para os mais econômicos e controladores, já a segunda é trabalhosa demais, considerando que o motivo é um simples evento.
No caso da necessidade de uma pequena quantia, vale a pena utilizar a oferta. Mas lembre-se: esteja consciente de que a concessão desse crédito inclui juros e que, antes de buscar esse dinheiro, você deve estar com o orçamento descomprometido, ou seja, com a conta mais folgada no mês seguinte, para quitar a dívida.
Apesar de não ser a forma mais barata, o limite de crédito dado pelo banco aos seus correntistas é atraente, pois é a maneira mais simples de se conseguir um empréstimo, já que não é preciso sequer contatar o gerente. O limite concedido pelo banco varia de acordo com a renda do cliente e com a avaliação de risco feita pela instituição financeira.
Fique atento a algumas dicas e saiba como não se perder no limite do cheque especial.
Gerenciando as suas finanças
Faça o seu planejamento financeiro e pense primeiramente no pagamento das suas despesas mensais, tais como contas de luz, telefone, mensalidade escolar, antes de sair comprando tudo que vê pela frente. Ter um comportamento consumista provavelmente vai fazer você gastar mais do que ganha, adquirir dívidas, destinar parte do seu dinheiro ao pagamento dessas pendências e, conseqüentemente, entrar no cheque especial para sobreviver até o próximo salário.
Use o seu bom senso. Pague suas despesas e poupe o excedente. O hábito da poupança lhe trará muitos benefícios e na hora de uma emergência você recorre ao seu próprio dinheiro.
Contabilize seus gastos e se precisar, negocie sua dívida
Verificar durante o mês como andam os seus gastos é um bom método preventivo. A cautela irá ajudá-lo a controlar melhor seu orçamento, assim você pode economizar para não entrar no cheque especial. Uma ótima dica é conferir sempre o canhoto do talão de cheques. Já para os mais esquecidos, anotar em um caderno cada conta paga e cada entrada de recursos é um remédio mais eficaz. Analisando com cautela sua vida financeira, será possível mantê-la em ordem.
Mas, e se você já caiu na tentação, endividou-se no cheque especial e não tem como pagar? Nesse caso, a saída mais viável é cancelar o cheque e negociar com o banco para parcelar o saldo devedor. Para pagar a pendência você pode, em último caso, contratar um empréstimo pessoal.
