Sites incentivam a anorexia

Depois de dominar sites norte-americanos, a comunidade virtual pró-anorexia chegou à França. O movimento nega a anorexia como doença e cultua o corpo excessivamente magro. Para a comunidade, o mal é um estilo de vida.

O fenômeno, segundo a revista “ Paris Match”, assume comportamentos típicos de uma seita reservada a um número limitado de adeptos, que escutam os conselhos de um “mestre”.

“As pessoas responsáveis pelos sites podem matar muitos adolescentes, pois 41% desse público se declara interessado na anorexia. A ameaça é real”, alerta afirma à revista “Paris Match” o psiquiatra Marcel Rufo, diretor da Casa dos Adolescentes do hospital Cochin de Paris.

O fenômeno nasceu nos Estados Unidos em 2001. No início, os sites eram um ponto de encontro e de apoio para aqueles que lutavam contra a doença. Mas depois a situação perdeu o controle e surgiram novos sites dedicados ao culto à anorexia, com trocas de conselhos e truques sobre como fugir do controle dos pais e dos médicos. Um dos conselhos é vomitar no banho para que ninguém escute.

Há dois anos o fenômeno chegou na França, onde, segundo a “Paris Match”, se concentra nos blogs pessoais, que são mais difíceis de ser identificados pelas autoridades, pois precisam de uma senha de acesso.

Algumas declarações encontradas nos blogs diziam: “amo meus ossos, este é meu pequeno segredo”, ou ainda, “as nossas normas de beleza e de bem-estar não são as mesmas das de vocês e devem ser respeitadas”.