Revista O Empresário / Número 101 · Setembro de 2006
Uma das providencias mais importantes para uma empresa que decide enfrentar a concorrência é investir em seus estoques. Apesar de parecer um tema simples, é preciso saber como abastecer a loja.
Segundo a economista da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Suzanne Bouchardet, em entrevista ao Movimento Lojista, contrair um empréstimo para reforçar estoques ou renovar coleções depende da lucratividade do negócio.
Lucratividade
"Tomar empréstimo caro para empatar em estoque, sem a contrapartida de uma lucratividade nas vendas compatível com o custo do empréstimo, é contratar problema para o futuro", alerta a economista.
Ela diz que as pequenas empresas, como trabalham com pouco capital de giro, precisam de uma boa gestão de estoques para não ter de financiá-los com capital de terceiros.
Isso pode acontecer com freqüência porque as pequenas e microempresas enfrentam obstáculos para conseguirem crédito e pagam mais caro por ele do que as companhias de médio e grande porte.
Alternativas
Como alternativa, a especialista cita as centrais de compras, que vêm sendo utilizadas por redes de drogarias, por exemplo. "Nesse caso, as compras são realizadas por uma central de compras e os produtos distribuídos pelas lojas da rede", explica Bouchardet.
Ela espera que a opção reduza o custo de aquisição dos produtos porque a maioria das empresas da rede é pequena e com pouco poder de barganha junto ao fornecedor.
Nem sempre é vantagem comprar em grandes quantidades
Nem sempre encher o carrinho é a solução para renovação de estoques. Segundo a economista, muitos fatores influenciam o volume a ser comprado, como o tipo de negócio, o porte da empresa, a disponibilidade de capital de giro e do crédito.
As pequenas firmas, por exemplo, não devem comprometer o pouco dinheiro com estoque para não comprometer o capital de giro. "Já as empresas de médio e grande porte geralmente têm acesso ao crédito em condições mais favoráveis. Nesses casos, o nível ideal de estoque depende do giro e do fluxo de caixa da empresas", explica Bouchardet.
Formas de pagamento
Depois de encontrar um bom fornecedor, é hora de saber como pagar pelo produto. Afinal, é melhor quitar a dívida à vista ou a prazo? "Depende do custo de se prorrogar ou da vantagem de se antecipar o pagamento", responde a economista.
Ela ensina que o segredo está em negociar. Nas aquisições pagas à vista, é possível conseguir bons descontos, mas, dependendo do fornecedor, "o lojista pode conseguir prazos e condições de pagamento bastante razoáveis".