Revista O Empresário / Número 101 · Setembro de 2006
Na universidade americana de Harvard, uma das mais conceituadas do planeta, já passaram mais de 40 prêmios Nobel e sete presidentes americanos. Nos quadros de Wharton, em Filadélfia, a número 1 entre as escolas de MBA do mundo, já estiveram grandes executivos de multinacionais e estrelas do mercado financeiro. O mesmo fenômeno acontece em outras respeitadas escolas dos EUA e da Europa que estão no topo dos principais rankings de avaliação. As chamadas Top Schools são celeiros de líderes e de mentes brilhantes. Há, contudo, quem diga que o MBA em um desses centros acadêmicos não represente sinônimo de sucesso profissional e nem mesmo assegure uma boa posição no mundo corporativo. O sucesso, é verdade, depende muito de cada um. “Mas estudar em Wharton abre muitas portas”, garante Samy Podlubny, diretor do Clube de Wharton, uma entidade formada por ex-alunos da tradicional escola. Isso, obviamente, para quem já está formado. Cabe aí fazer uma indagação crucial em favor daqueles que pretendem ser aceitos na elite acadêmica. Como abrir as portas para um MBA de primeira linha?
O primeiro passo é conhecer as escolas. O MBA Conference, evento que acontece entre os dias 16 e 17 de outubro, no Rio de Janeiro e em São Paulo, com representantes dos 50 melhores cursos de MBA do mundo, é uma boa oportunidade para saber o que as escolas oferecem. O segundo passo é procurar consultorias especializadas em preparar os candidatos para os testes. Sim, existem macetes e, para ter acesso a eles, pagam-se entre R$ 180 e R$ 270 a hora. Além de fazer provas como o GMAT e o Toefl, que avaliam os conhecimentos em matemática e a fluência no inglês, o candidato deve mostrar outros talentos extracurriculares. “As escolas querem saber se o futuro aluno pratica esportes, participou de centros acadêmicos ou faz trabalhos sociais para a comunidade”, diz Carlos Megaron, diretor da consultoria Megaron Test and Prep Admissions, de São Paulo. É, de certa forma, um teste para saber como a atividade pessoal pode ser vinculada ao trabalho. “Tenho um aluno que foi atleta olímpico e, por isso, sabia trabalhar em equipe e era determinado”, diz Megaron. “Foi aceito em Wharton.”
A terceira vertente crucial é mostrar as realizações obtidas no mercado de trabalho. “É importante ressaltar o que o aluno fez em prol da empresa”, diz Megaron. Mesmo que preencha todos os requisitos, a disputa é acirrada. Em 2005, de acordo com o ranking da revista Business Week, apenas 9% dos candidatos passaram em Stanford, 12% em Harvard, 13% em Berkeley e 16% em Wharton. É mais difícil do que qualquer vestibular brasileiro. “As escolas não ligam tanto para o dinheiro que recebem com os cursos”, diz Paulo César Porto, dono da consultoria Philadelphia Consulting, referindo-se aos MBAs que custam cerca de US$ 50 mil por ano. Os centros de excelência sobrevivem com as polpudas doações de seus ex-alunos. Harvard, por exemplo, recebe cerca de US$ 500 milhões por ano em doações. São contribuições que refletem a gratidão das pessoas que saíram de lá e viram o salário quase dobrar de uma hora para outra. “A prioridade deles é aceitar pessoas que se encaixem no perfil e sejam futuros líderes”, resume Porto. E, para diminuir a chance de ser reprovado na escola pretendida, as consultorias fazem testes psicológicos que identificam qual universidade se encaixa no perfil de cada um. São truques valiosos para quem ambiciona entrar para o seleto clube de profissionais com MBA no Exterior.
OS TRUQUES ESSENCIAIS
1- Faça um teste para saber se o seu perfil se encaixa com o da universidade pretendida
2- Estude para o GMAT e Toefl, testes que avaliam matemática e fluência no idioma inglês
3- Demonstre as realizações que alcançou no trabalho e como elas afetaram a sua empresa
4- O esporte que você pratica e se faz algum trabalho comunitário são importantes