Revista O Empresário / Número 182 · Setembro de 2013
A última coisa antes de dormir e a primeira ao acordar. Ali, bem do ladinho do travesseiro, o smartphone tem feito os brasileiros navegarem cada vez mais entre os lençóis. O país tem 269,9 milhões de linhas de celulares e, desse total, 85,6 milhões são smartphones. Entre os que têm o aparelho, 53,9 milhões já estão com ele nas mãos imediatamente após acordarem.
Pesquisa da agência de publicidade digital AG2 Publicis Modem, realizada por amostragem de 250 usuários de todas as partes Brasil, revela que, para 70% de quem tem esse modelo de celular, a cama é o local preferido. E 63% já estão acessando um minuto depois de se levantarem.
O técnico em edificações Ralph Scott, 23, dorme e acorda com o iPhone na mão. “Todos os dias, quando desligo o computador, ainda fico pelo menos mais meia hora olhando e-mails, conversando no Whatsapp ou Facebook e jogando, deitado na cama. É muito mais prático porque tenho a unificação de tudo que eu preciso em um único equipamento. Não preciso estar no notebook para entrar na internet ou ter um MP3 para ouvir música”, revela Scott.
Segundo a diretora de planejamento da AG2 Publicis, Luciana Bazanella, a multifuncionalidade é que faz os usuários levarem o aparelho para a cama. “Hoje em dia quase ninguém mais usa relógio, e o despertador aparece na nossa pesquisa como uma das cinco funções mais usadas no celular”, destaca. As outras são ligações, redes sociais, mensagens via aplicativos e via SMS.
Luciana destaca que a predileção dos brasileiros pela cama pode ser bem explorada pelas marcas na hora de oferecer um serviço ou produto. “Com o ‘mobile’, conseguimos cada vez mais informações até mesmo sobre a localização dos consumidores. Mas temos um desafio: o de saber usar essas informações sem ser invasivo. Por exemplo, para ter sucesso com um cliente que está acabando de acordar, tem que ser alguma marca relacionada àquele momento matinal, senão fica inconveniente”, enfatiza.
No banheiro. Depois da cama, o segundo local predileto de uso do smartphone é o banheiro (65%). A opção de navegar enquanto se assiste TV ou conversa com amigos também é destacada. A psicóloga Cida Lopes ressalta que o exagero não é saudável.
“Estamos em um mundo digital e temos que nos adaptar. Mas as pessoas estão deixando de dar atenção para quem realmente está do lado para ter falsas sensações de que está cercado de gente. Tem que ter maturidade para estabelecer prioridades, senão as relações pessoais se desfazem”, alerta