Revista O Empresário / Número 182 · Setembro de 2013
De tempos em tempos, empresas entram no mercado com propostas encantadoras que prometem milhões de reais, viagens, imóveis e carros de luxo a troco de pouco ou quase nenhum trabalho.
Tudo o que o participante precisa fazer é convidar amigos para o negócio e vender alguns itens mensalmente. Práticas desse tipo, conhecidas como pirâmides, estão se espalhando. De fato, a proposta é tentadora, mas não é curioso que, em um mercado tão lucrativo, bancos – reconhecidamente milionários e rentáveis – efetuem uma série de avaliações de risco antes de conhecer empréstimos a qualquer negócio?
Pela teoria das finanças, os bancos estão certos. A relação de risco-retorno sugere que, quanto maior o risco tomado, maior o retorno possível. Mas é impossível ter claro que a chance de efetivar esse retorno cai conforme o risco aumenta, e por isso o mercado está repleto de analista em busca de sua minimização. No caso dos golpes, o risco proposto é baixíssimo, o esforço, relativamente baixo, e o lucro prometido, enorme.
O fato é que essas estruturas insustentáveis acabam causando enormes prejuízos. Por meios legais, enriquecer sem trabalhar ainda é uma realidade bastante distante, ou quase impossível. “Quer ficar rico em menos de um ano?” É sempre bom desconfiar quando o ganho do recrutamento é maior que o das vendas do produto. Esquemas de pirâmides e outros tipos de contos do vigário só funcionam quando o vigarista encontra alguém querendo ganho fácil e aparentemente sem risco. Qualquer proposta de dinheiro fácil é questionável e deve ser vista com muita cautela. Samy Dana é Ph. D em business, professor da FGV e coordenador do núcleo GV Cult.