Revista O Empresário / Número 182 · Setembro de 2013
O processo de compra de um imóvel no Brasil pode cair dos cerca de quatro meses para, menos de 30 dias com a aprovação de um projeto em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O texto concentra todos os atos jurídicos envolvendo um imóvel na sua matrícula de registro. De autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a proposta tem o apoio do governo federal e deverá ser aprovada em breve.
A proposta transfere a responsabilidades do comprador para o proprietário do imóvel, que passará a ser obrigado a registrar na matrícula todos os dados envolvendo aquela residência. A responsabilidade também recairá sobre um terceiro que tenha algum litígio com repercussão financeira contra o imóvel. Assim, em vez de o comprador ser obrigado a fazer um verdadeiro périplo pelos cartórios para verificar se o imóvel está bloqueado pela Justiça, consta como espólio ou foi usado como garantia em empréstimo, por exemplo, os dados serão unificados na matrícula do imóvel no Serviço de Registro de Imóvel. A atualização e veracidade dos dados na matrícula ficam a cargo do vendedor e não mais do computador, que antes precisava percorrer vários cartórios.
Na prática, além de reduzir os custos, e a burocracia, a proposta conhecida no mercado como concentração do ônus na matrícula, desestimula os chamados “contratos de gaveta”.
Com a concentração de todos ao atos do imóvel na matrícula, ficam valendo somente aqueles ônus que estiveram averbados no registro na hora da assinatura do contrato.