Revista O Empresário / Número 182 · Setembro de 2013
Quando o chefe conta uma piada ruim, geralmente quem trabalha para ele ri. Orgulhoso, ele nem percebe que a maior parte desses sorrisos são “amarelos”. Isso acontece porque o poder inebria e, pior, cria a falsa sensação de apoio. Essa ilusão sobre alianças que na verdade não existem é tão nociva que pode levar o executivo a perder negócios e até o próprio cargo.
Essa é uma das afirmações de um estudo conduzido pelo professor Sebastien Brion, da escola de negócios espanhola Iese Busison, da Haas School of California.
Por meio de diversos experimentos com grupos de executivos, eles chegaram à conclusão que os líderes superestimam o que as equipes sentem por eles.
“Os chefes acreditam que são amplamente apoiados e, por isso, muitas vezes acabam se dando mal”, disse, Sebastien Brion.
Quem sofre dessa cegueira no trato com os subordinados, que parecem sempre muito solícitos e companheiros, segundo Brion, sente que não precisa se dedicar ao engajamento de pessoas.
“Eles acabam não construindo relacionamentos com quem precisam, para conseguir qualquer tipo de apoio, inclusive financeiro”.
Outra constatação do estudo é a de que os chefes acreditam que levam em conta as individualidades dentro da equipe. De acordo com Brion, os gestores costumam achar que tratam todos bem e que dão autonomia às pessoas, mas nem sempre quem está abaixo deles pensa dessa forma. “Quanto mais alto o executivo chega, mais difícil fica entender como é percebido por quem trabalha com ele”. O maior problema para o dirigente, é que a equipe continua rindo de suas piadas.