Revista O Empresário / Número 182 · Setembro de 2013
“Quando o empreendedor está preso à atitude que o ajudou a vencer, fica difícil imaginar as profundas mudanças que talvez tenha de enfrentar”, escreve o americano Alan Deutschman, autor do livro “Mude ou Morra”.
Segundo ele, as empresas que permanecem vivas são aquelas flexíveis, capazes de se reinventar para acompanhar as alterações do ambiente. Segundo Antônio André Neto, coordenador do MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios da FGV Manegement-SP, há duas grandes vertentes de mudança: a primeira diz respeito ao ciclo de vida de produtos e outra pautada pelas tendências futuras.
Na primeira, não há como ignorar o tempo de vida dos produtos e acreditar que serão eternos.
“Artigos essenciais há pouco mais de uma década, hoje são peças de museu”, diz. “Daí a necessidade de acompanhar de perto novas tecnologias, demandas da população, inovações da concorrência e investir em pesquisa e desenvolvimento”.
Na segunda vertente, o cuidado é ainda maior.
Não basta investir em inovação, é preciso saber se num futuro próximo sua empresa conseguirá sobrevir com a nova proposta.
Para somar dados que garantam um projeto com chances de sucesso, é preciso muito planejamento, avaliação da situação econômica, grau de competitividade do novo mercado, fluxo de importação e exportação, no caso de produtos; grau de tecnologia exigido e ser flexível para recuar ou avançar quando for preciso.
“Mudar significa criar algo novo ou destruir o que já existe”, afirma André Neto. “Para tanto, a visão de futuro é essencial, mas é preciso, também, ter recursos para promover a ruptura e sustentar o novo negócio enquanto não for lucrativo”.
A consultora Jeaninne Mettes, sócia-fundadora da Brand UP, vai além. Para ela, quando a empresa é muito conhecida no mercado e decide virar a mesa, os cuidados devem ser ainda maiores para não provocar estranheza e perda de espaço.
“Há quem mude para oferecer uma gama maior de produtos e serviços; quem mude porque seus produtos se tornaram obsoletos e outros porque enxergam que não serão mais competitivos rezando pela mesma cartilha”, diz.