Revista O Empresário / Número 182 · Setembro de 2013
A cintura do brasileiro não é mais a mesma. Reflexo direto do aumento da renda, o ganho de peso da população nos últimos anos abriu espaço para o crescimento de um nicho no mercado de moda: o de tamanhos grandes.
O mercado de roupas GG ou “plus size” movimentou R$ 5,5 bilhões em 2012 a preços de varejo. O montante é equivalente a apenas 3,4% das vendas do varejo de vestuários no ano passado, mas a fatia já é suficiente para atrair atenção das grandes redes. O seguimento “plus size” engloba peças que vão do tamanho 44 ao 56 – às vezes, até o 60.
Segundo o Ministério da Saúde, a população acima do peso no país aumentou de 13,6%, para 48,5%, entre 2006 a 2011. Entre as mulheres, parcela que se beneficiou da maior inserção no mercado de trabalho, a alta ocorreu em velocidade superior do que entre os homens.
O público feminino acima do peso aumentou 16% no período, para 44,7% da população, enquanto a fatia masculina com esse perfil cresceu 11,4%, para 52,6%. Ao entrar no mercado formal de trabalho, a mulher passa a comer mais fora de casa, diz Marcelo Pardo, diretor do Iemi.
O novo hábito se refletiu na balança. “Além disso, o serviço fora do lar, em geral, é mais sedentário que a do trabalho doméstico”, afirma Prado. Vaz concorda que o “engordamento” da população ajudou a expandir o nicho GG., mas, observa que uma mudança comportamental pode ser ainda mais relevante para o desempenho do setor. É que, impulsionada pela mídia, a auto-estima de quem está acima do peso aumentou. “Antes, a gordinha ficava escondida. Agora, ela vai às compras e quer produtos cada vez mais sofisticados”, afirma o empresário.