Revista O Empresário / Número 182 · Setembro de 2013
Atualmente, a taxa de rotatividade chega a 60% ao ano entre os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. Sem classificar por ganhos salariais, no total mais de 40% dos trabalhadores deixam os empregos a cada ano. “Um dos grandes entraves potenciais do trabalhador no setor privado, em particular entre os trabalhadores de baixa escolaridade, é a elevada taxa de rotatividade que tem caracterizado esse setor”, aponta o estudo.
Entre a chamada classe média – fatia da população que vive com renda familiar per capita entre R$ 291 e R$ 1.019 –, um grupo próximo a 43% dos trabalhadores considera o trabalho atual “uma atividade transitória, até conseguir algo melhor” ou diz que “depende dele para sobreviver, pois dificilmente encontraria outro”.
Na classe baixa, a proporção entre os que encaram o trabalho dessa forma sobe para 50% e, entre classe alta, cai para 28%. Diante da alta rotatividade dos trabalhadores, vai ser proposto um redesenho da concessão de benefícios de abono salarial e salário-família, para trabalhadores no emprego formal. De acordo com o ministro-chefe interino da SAE e presidente do Ipe, Marcelo Neri, o desafio é enfrentar a rotatividade que causa problemas como o aumento dos gastos públicos – com benefícios como seguro-desemprego – e queda no investimento em conhecimento do profissional.
A SAE pretende unificar os benefícios de abono salarial e salário-família, que atingem trabalhadores que recebem de um a dois salários mínimos. Hoje, o abono salarial é recebido pelo trabalhador anualmente. A ideia é que o benefício seja recebido já no mês corrente. Também é proposto que o valor do benefício decline continuamente com aumentos de remuneração “evitando assim a descontinuidade atual em dois salários mínimos”.