Revista O Empresário / Número 163 · Fevereiro de 2012
Os brasileiros que não liquidam a fatura integral do cartão e entram no chamado crédito rotativo pagam a maior taxa de juros do mundo, segundo levantamento da Pro Teste.
No estudo,ela constatou que o brasileiro paga juros de 237,9% ao ano, esse valor foi comparado às taxas cobradas na Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México.
Mesmo os países com taxa básica de juros acima da brasileira, como Argentina (12%) e Venezuela (24%), têm juros do cartão menores que os do Brasil.
Na Venezuela, o rotativo custa 29% ao ano e na Argentina, 50%.
De acordo com a Pro Teste, os cartões de crédito têm sido o maior fator de endividamento dos consumidores porque as taxas do rotativo “se tornam impagáveis”.
O quadro é preocupante, porque atinge principalmente consumidores que só agora entraram no mercado de consumo, como aposentados, jovens e pessoas de baixa renda.
A Pro Teste sustenta que o processo de concessão de crédito pelo cartão é falho e que leva as famílias a terem vários financiamentos cujas prestações superam a renda mensal do devedor.
O modelo de cartão no Brasil se diferencia do dos outros países por não distinguir quem paga o total da fatura e quem financia, isso leva à diluição do custo da inadimplência a todos os clientes, pressionando a taxa para cima