Revista O Empresário / Número 163 · Fevereiro de 2012
Em um grande supermercado de Novo Hamburgo, na fila do caixa, um senhor era atormentado pelo carrinho de trás. Sob os olhares complacentes da mãe, uma criança empurrava o veículo para frente e para trás, tendo como alvo as canelas do infeliz cliente.
Com justa irritação, após várias batidas, o homem virou-se para reclamar da postura do menino. Ao dialogar com a mãe, chamou a atenção dos demais presentes à fila e das filas ao lado. Longe de simplesmente agradecer a reclamação e tomar as providências que o caso merecia, a mulher saiu-se com esta: “Meu filho ainda é pequeno e o estou criando com liberdade!”
Uma afirmação desta natureza é uma aberração e, claro, todos se espantaram e aguçaram os ouvidos. O próximo passo seria o cidadão dar um puxão de orelhas no moleque, mas quem merecia era a mãe, pensavam... e aí, a surpresa foi geral. Atrás, na fila, havia outro homem que resolveu bancar o Papai Noel, o bom velhinho que educa as crianças e dá bom exemplo aos pais quando necessário. Pois este, sem maiores delongas, abriu a embalagem de ovos que levava, tirou um deles e simplesmente encostou-o na cabeça da distinta dama, esmagando-o. Vocês podem imaginar? Não podia ser verdade! Mas havia uma testemunha presencial.
A história continuou: espantada com a ação, a clara e a gema escorrendo pelos seus cabelos, a mulher virou-se para trás aos gritos:
- Mas o que o senhor está pensando?
E o cidadão, comprazido:
- Eu também fui educado com liberdade!
E então, como pano de fundo desta história em supermercados, a platéia presente iniciou uma salva de palmas, enquanto a mulher, deixando seu carrinho para trás, fugia para o estacionamento.