Revista O Empresário / Número 163 · Fevereiro de 2012
Um berço aquecido, com vídeo e alarme para avisar da chegada do bebê.
É com alta tecnologia que a “roda dos expostos” foi reinventada há alguns anos na Itália. O país conta com pelo menos três delas em Roma e Milão, todas em hospitais filantrópicos. O projeto é financiado por empresários e tem apoio do senado. Só em Milão são abandonados em média 45 bebês por ano. A maioria (60%) é composta por filhos de imigrantes.
Segundo Matilde Guarnieri, que coordena o projeto “Mãe Secreta”, os outros 40% são de italianas que não desejam filhos. “Milão é uma cidade dura e, para muitas mulheres, um filho é só uma complicação. Elas preferem deixá-los a vê-los passar necessidades”. Matilde explica que a ideia de recriar a roda ocorreu por que muitas mulheres davam à luz sozinhas e depois deixavam seus bebês nas ruas.
De posse da criança, o tribunal de menores espera 20 dias para que as mães se arrependam e reclamem pelo filho. No Brasil, a roda funcionou até o fim da década de 1940, principalmente no Rio e em São Paulo.